I. genói hoios essí
sentir
nasces morres de milhões
de pedaços: eram serei sou
uma duna viscosa
sim! que escorre e recresce
junto dos novos grãos
novos ventos
outros corpos:
só movimento
II. madalena e chá
não precisa muito
às vezes vem uma palavra
nome
um cheiro
caco de sonho
e tomo uma rasteira certeira
as duas pernas no ar
e caio desajeitado no colo dos dias mortos
fantasmas sensuais suss
urrando no cangote
não dói mas dá
arre! pio de viver!
vontade de morrer de derrame
o aquele momento
(dito por aí (presente)) eu que respira
tem que se sustentar
como uma coluna de bolas de bocha
daquelas que meu avô joga(strike
no meio da palavra!
o presente é agora desvárias esferas
esparramadas pelo chão... (entre elas um limbo argamassa
que rejunta meu esqueleto: o passado
renasce))va!
III. eu gosto mesmo é do diabo
aurora
hora de urubu arar a carne
lavrar terra de vermes
o dia encalorando vermelho podre
pense agora na florestal frescura
do canto verdescuro da coruja
IV. papel
pastor:
sempre centro
de ovelhas iludidas
que ser?
nesta festa?
pastor? rebanho?
bom parece
nada
lobo talvez
espera-se a glória
dignidade muda
de ser pasto
V. temporal
cada gota alaga minha estrada
cada vento sopra minha vela
nado pela tempestade
nada à minha vela nego
escolho se apago ou se navego
VI. védico
sim a vida é um sonho de brahma
e a arte é o sonho dos vermes
(sonhos) que brincam na grama
Tadeu Paschoal